Pintura: Chagall - O Poeta, 1911.
Meu Amigo poeta
Um amigo-poeta da peste, do pólen e da
pólvora.
Um poeta daqueles!
Poeta!
Poeta mermo!
Poeta e maluco
Poeta e amigo
Poeta e palhaço
Poeta e menino
Poeta e adorado
Poeta encantado, efusivo.
Poeta
Que sob a calúnia dos crentes velhos
Faz seu esplendor com a fé dos náufragos
Que sob as perguntas dos colegiais crédulos
Desfaz a trapaça do beijo e dos guias
supérfluos e abestados
Poeta, poeta dos guetos e dos nadas
Poeta dos povos, dos pares, dos pobres, dos nobres
atos.
Poeta dos terreiros, das florestas, dos pomares,
Mas também dos esgotos, da lama, do asfalto, das
cidades.
POETA que nos faz voar nos penhascos mais altos
Dissecar as pequenas doses de amores diários
Sentir como insetos sob a carne, o estandarte.
- Eis a vida
meus caros!
(Leo Canãa)
* Dedicado ao meu amigo e poeta César Félix.
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