
Até quando vou andar
a jogar malabares pelo mundo?
Pelas ruas deste miúdo pequeno que chamamos de mundo
Será que sempre estarei a vagar livre ou desorientado até os
cumes e os lustres do mundo?
Será que esta minha vida é de alegria ou de insanidade, de
ilusão plangente
Tangenciando a arte ou a mentira?
Vivendo de esmolas ou de espúrias
de simples memórias, pessoas e viagens
de simples memórias, pessoas e viagens
Ou quem sabe apenas de uma nota, um cigarro, um sorriso no
sinal
O sorriso das pessoas (e principalmente das crianças)
Será que andarei de cabeça erguida até a morte
Ou no próximo sinal, depois de mais um número de malabares,
um cem número de não dos motoristas
Saia do mundo de cabeça baixa, buscando apenas uma casa ou uma cachaça
Um carinho no cabelo, a busca por uma mulher sincera, um endereço e adereço
Será que diante de tantas voltas, possa dar várias voltas
neste mundo
E ainda parar aqui, neste farol, entre as avenidas da orla principal, no farol das encruzilhadas
Com o malabares da imprevisibilidade.
(L.C)
(L.C)