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27 de mai. de 2015

Águias de Origem







Um certo gozo dos anjos
Com nome de Augusto dos homens
Despindo a Terra como os soldados
Que ávidos cortam a cabeça das dúvidas
Se o fato expressivo, absoluto, nos trazem dívidas
e pior, escondem a certeza dos vermes e a mão do imaginário
Como ficam as perguntas, os beijos, as rosas, o escarro
Este homem, que conquistou a flor e o demônio
A mão direita do céu e dos plutônios
O parto da alma e o ferrão da linguagem
...pudera ser o medo uma miragem
e os pés, águias de origem (L.C)


Preparação das Ofertas


Pintura de Francisco Rizi, 1600 e alguma coisa...


Na noite que iria ser jogado aos cães
olhou para trás, deu um sorriso
e sem um pingo de compaixão
viu que estava perdido
Olhou para seus réus e pensou na coerção
Na física e nas metas, nos filhos e conhecidos
Percebeu o chão da prisão


Na noite anterior,lembrou:
"A arrogância é a máscara mais banal da covardia"¹
Depois de um injusto não
Deu graças por viver, lembrou de seu pai tabelião
Um passo para frente e o abismo
Havia próximo o perigo, o desconhecido, desprovido
Percebeu que estava próximo então

Elegeram os navegantes para não sujar as mãos dos governantes
Como se o mundo fosse melhor por fazer homens morrer
Por seus sonhos matar, por sua honra ofender
Por suas mãos lavar (L.C)

¹EPITECTO