Imagem: German Lorca
Puxou
a cadeira, viu os restos de comidas fast-food, pratos e talheres, bebidas, copos
amontoados sobre a mesa, fitinhas e papéis coloridos de carnaval espalhados
pela casa. De repente, em um rompante, arrastou a mesa, pensou que os detalhes
são confins e que o destino para ele naquele momento seria o esquecimento. Pensou
em voz alta: - ainda não terminou o
carnaval e o que estou fazendo em casa? a rua, como a rua é tão inerte!
Uma
porção de fragmentos que não eram pensamentos concretos tomava sua consciência,
até que sentiu a falta de Fátima, não lembrava onde estaria ela, por onde
andaria, será que havia perdido dela no retorno da noite de ontem? Ao ver-se já estava em frente ao mar, no calçadão abaixo. – Cadê Fátima? , - Onde estão os Blocos carnavalescos?
Olha
para os lados, tenta enxergar o mais distante quem são as pessoas sentadas nos
banquinhos da orla, percebe como o trânsito está intenso, e, nesse momento, ao
ver as flâmulas brancas ao lado de um quiosque; lembra-se de alguma coisa, uma
pergunta com a voz dela: Qual de nós vai
levantar primeiro a bandeira? Dá um sorriso, abaixa a cabeça, volta
correndo para o quarto e puxa a cadeira, procurando restos daqueles beijos
naqueles versos da canção do poeta: “ há
sempre uma canção para contar aquela velha história de um desejo”. (Leo Canãa)
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