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13 de jan. de 2019

Balada (In) acabada

Imagem: German Lorca

Puxou a cadeira, viu os restos de comidas fast-food, pratos e talheres, bebidas, copos amontoados sobre a mesa, fitinhas e papéis coloridos de carnaval espalhados pela casa. De repente, em um rompante, arrastou a mesa, pensou que os detalhes são confins e que o destino para ele naquele momento seria o esquecimento. Pensou em voz alta: - ainda não terminou o carnaval e o que estou fazendo em casa? a rua, como a rua é tão inerte!
Uma porção de fragmentos que não eram pensamentos concretos tomava sua consciência, até que sentiu a falta de Fátima, não lembrava onde estaria ela, por onde andaria, será que havia perdido dela no retorno da noite de ontem? Ao ver-se já estava em frente ao mar, no calçadão abaixo. – Cadê Fátima? , - Onde estão os Blocos carnavalescos?
Olha para os lados, tenta enxergar o mais distante quem são as pessoas sentadas nos banquinhos da orla, percebe como o trânsito está intenso, e, nesse momento, ao ver as flâmulas brancas ao lado de um quiosque; lembra-se de alguma coisa, uma pergunta com a voz dela: Qual de nós vai levantar primeiro a bandeira? Dá um sorriso, abaixa a cabeça, volta correndo para o quarto e puxa a cadeira, procurando restos daqueles beijos naqueles versos da canção do poeta: “ há sempre uma canção para contar aquela velha história de um desejo”. (Leo Canãa)

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